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Reitor da Universidade do Algarve e o Presidente da Câmara Municipal de
Faro convidam V. Ex.a para a inauguração da exposição "A BRANCO E
PRETO" de CATARINA CANELAS, CRISTIANA MADEIRA e ÚRSULA MESTRE, dia 14 de
Fevereiro, quinta-feira, pelas 18.30h, na Galeria Trem, em Faro.
3 artistas ligadas por uma linha muito ténue: o uso do branco e do
preto, ou do preto e branco como elemento significativo nos seus
trabalhos. A ausência de cores não é um acaso. É uma escolha coerente
que aparece nos desenhos de Cristiana Carneiro, nos objetos/escultura de
Catarina Canelas e nas séries de fotos de Úrsula Mestre. Para além
desta opção visível pela invisibilidade de uma paleta vasta e pela sutil
utilização dos meios-tons, dos claro-escuros, nada conecta o trabalho
das artistas desta exposição. E este nada acaba por ser muito. No início
do séc. XX, o pintor russo Malevich, considerado um dos pais do
abstracionismo, levou, com o seu trabalho, a arte a um limite nunca
antes imaginado. A arte suprema seria aquela que explorasse ao máximo os
meios de que dispunha, sem querer ir mais além. Despiu os quadros de
uma significação, ou história, sempre subjacente. Isto foi, não só um
ato de ousadia, mas também uma declaração de princípios. A arte não
falaria outra língua que não a sua própria. Despir os objetos de
significação é um trabalho árduo. Somos seres narrativos. Gostamos de
perceber a história, de buscar significados, latentes ou visíveis. Somos
filhos do século que viveu sob a égide da psicanálise e da semiótica:
os textos do mundo existem para serem decifrados. Podemos sempre buscar
entender o que significa um quadrado preto sobre um fundo branco.
Podemos encher ambos de significados. Também podemos, por respeito ao
artista, olhar para o quadro e perceber que ele buscava o inatingível: o
grau zero da significação. Mas sabemos que este grau zero não existe. E
que o branco e o preto, e os tons de cinza das entrelinhas, têm
bastante significado na nossa cultura. Assim sendo, acompanhamos as
linhas curvas dos desenhos de Cristiana Carneiro, que se espalham pelo
papel aparentemente sem rumo, formando desenhos que não representam
formas visíveis, mas tentando acompanhar o gesto das mãos da artista que
ensaia, desenho, após desenho, levar ao limite o traço e fazê-lo
refletir o gesto, ora seguro, ora hesitante. Como se os materiais fossem
uma extensão do braço, que é uma extensão do olho que é uma extensão do
cérebro… Nos objetos/esculturas de Catarina Canelas a ausência de cor é
que marca o limite entre o objeto e o não-objeto, entre a criação e o
resultado visível desta criação. O uso de material pouco convencional e
as formas escolhidas pela artista vacilam entre o objeto e a escultura,
entre o reconhecível e o estranhamento. O branco absoluto, ao contrário
do que se pensa, tem peso e corpo. E sua presença preenche espaços.
Úrsula Mestre não é uma fotógrafa. É uma artista que usa a fotografia
como meio para continuar a contar histórias que sempre contou em
suportes diversos. Explora, nos tons que separam o branco do preto, a
sutileza das formas, o entrevisto. As suas histórias parecem contar-se a
si mesmas. Cada um de nós poderá desenrolar o enredo. 3 artistas, 3
suportes, muitas histórias. A branco e preto. E com muitos tons.
Mirian Tavares
Curadoria de Fernando Amaro, Mirian Tavares e Xana
Agradecemos, desde já, a vossa divulgação do evento.
PROGRAMAÇÃO: Artes Visuais/FCHS/UAlg
PROMOÇÃO: CIAC/FCT
ORGANIZAÇÃO: Museu/Câmara Municipal de Faro e UAlg
Contactos:
Galeria TREM
Ruas do Trem, n.º 5
8000-304 Faro
tel. 289 804 197
Licenciatura em Artes Visuais (secretariado)
Universidade do Algarve
Campus da Penha - Estrada da Penha
8000-117 Faro
tel: 289 800 100
CIAC - Centro de Investigação em Artes e Comunicação